sexta-feira, março 02, 2007

Como são as coisas...

Certa vez, numa aula de Psicologia das mais interessantes possíveis, discutíamos os 'Kits Padrões' encontrados e misturados na sociedade a professora mencionou o seguinte termo: 'Kidults'.


Não dei muita importância, tomei nota de que se tratava o termo e segui na discussão. A partir dessa aula, passei a reparar nas ruas, as mulheres 'vintonas' (nunca ouvi esse termo, mas me julguei no direito de usá-lo), ‘trintonas’ e ‘quarentonas’ com blusinhas estampadas da Hello Kitty, Moranguinho, Turma da Mônica e derivados nada sutis - quer dizer - aos meus olhos não eram mais sutis.

Comecei a achar isso tudo muito ridículo e até mesmo patético. Mas daí, não me contentou as informações que eu tinha sobre esse fenômeno. Vim à internet pesquisar e vi que os chamados 'Kidults' são mais que mulheres adultas posando de ridículas nas ruas; são jovens tentando reviver lembranças do passado.
Jovens que vasculham Lp’s entulhados em prateleiras de sebos atrás dos mais variados tipos de ídolos da infância. Talvez queiram voltar a chupar 'Dip Lik' (aquele pirulito que vem com pozinho). Conversam sobre os antigos jogos do Atari. Colecionam figurinhas, bugigangas da década de 80 como bonecos ex.: Playmobil, Comandos em Ação, Falcon, He Man, boneca Suzy, thundercats, etc...Não preciso nem comentar sobre os maníacos por Chaves.

Hoje existem verdadeiros movimentos 'Kidults' - Em São Paulo, há filas para entrar na Trash 80’s famosa por tocar o 'melhor do pior' dos anos 80, um dos programas mais populares entre os 'Kidults'. No Rio de Janeiro, virou febre a chamada 'Festa Ploc', onde as músicas tocadas geralmente são dos anos 80, com pessoas vestindo a caráter de época.

Especialistas tentam desvendar o fenômeno. Em artigo no Caderno Mais da Folha de S. Paulo, o sociólogo inglês Frank Furedi disse que 'o senso de desespero que cerca a identidade adulta ajuda a explicar por que a cultura contemporânea tem dificuldade em traçar uma linha divisória entre a infância e a idade adulta'.
O desespero que cerca a idade adulta explica o porquê a cultura contemporânea tem essa dificuldade? Ou a cultura contemporânea explica o nosso desespero?




Um comentário:

Alexandre Luckenzy disse...

Meus Parabéns, e seja bem vinda!