domingo, setembro 02, 2007

Se o Tio Sam não gosta de mim, porque ele me chama, 'Bátima'?


..."Estados Unidos da América"!

Os primeiros contatos com este nome - Estados Unidos da América - eu tinha meus 3, 4 anos e ainda me recordo dos filmes da televisão naquela época, que nada tem de diferente com os de agora.
Me lembro até hoje, eu sentado no sofá da sala assistindo filmes oitentaços da TV Record: aqueles tiras machos, gordos com costeletas usando terno e metendo tiro pra tudo que é lado - e eu tomando minha mamadeira.

Eu já sabia muito bem que o Texas era um Estado - "Os peles vermelhas estão sujando o Estado do Texas com sangue de inocentes, caro John Ray!" - que Nova Iorque e Chicago eram cidades Americanas. Que aquela bandeira listrada era um símbolo que os americanos gostavam muito. Se o sujeito tinha um nome esquisito e difícil de pronunciar, era americano.
Perguntei pra minha mãe porque meu nome não era John também.

Aprendi algumas coisas "úteis" também: que os pele-vermelhas eram sujeitos muito ruins porque sujavam o Texas de sangue, uma brincadeira estranha, a mãe do 'Texas' não tevia ter gostado de ver o "filho" sujo pelos tais pele-vermelhas.

Porra Bátima: se eu aprendi nessa maneira, imagine se nós estivéssemos aprendido de maneira correta?

Não! Eu não era uma criança inteligente. Pelo contrário, eu só gostava de desenhos.
Na verdade, eu era apenas um moleque consumindo produtos enlatados americanos sem querer. Uma cultura foi introduzida de repente num menino com mamadeira, o que não é um fato isolado, todos nós somos parte deste produto até hoje de alguma forma ou de outra.

A Grande Colúmbia é de fato o nosso ponto base e apoio de tudo que é filme, novidades, tecnologias, computação, Tio Sam, "americanas loiras peitudas" ou tudo que imaginamos de bom é porque vem de lá... somos parte "americanos" também, infelizmente.

Lembro que a pouco tempo, o Jornal Nacional dava uma cobertura em uma cidadezinha la na PQP do país para mostrar uma droga de festa do Hamburguer. Porém, eu nunca vi em minha vida a Globo dar cobertura em alguma festa importante ou simples imagem de cidades como Boa Vista, a Capital da Rondônia, por exemplo.

E como somos obrigados a comer tudo que é enlatado de lá: desde o filme que assistimos até quando um fuckin'-blogueiros brasileiro tem o estranho prazer de escrever em inglês pra o próprio brasileiro, todo mundo aplaude.
Aí me dou conta que isso está acima de qualquer reclamação, fazemos parte do sistema.

Há muito tempo não ouso pronunciar a palavra americano para um nicho de povo - ou são estados-unidenses, yankees, unidenses ou colúmbios... foda-se.
chama-los de norte americanos poderia ser uma ofensa para alguns mexicanos ou canadenses.

Para quem não sabe, Colúmbia é o nome único e pitoresco para Estados Unidos... se não fosse esse nome - EUA - todos os 'americanos' seriam chamados hoje de colúmbios.
Se disso nós sabemos, porque pessoas como essas dizem coisas desse tipo?



Aimee Teegarden pergunta: "Pesquisas recentes mostram que metade dos americanos não conseguem localizar o país em um mapa mundial. Por que voce acha que isso acontece?"

Miss Carolina do Sul: "Eu, pessoalmente, acredito que os americanos não conseguem fazer tal coisa, porque... D'oh... algumas pessoas em nossa nação apenas não tem mapas, eu acredito que nossa educação, como na África do Sul... D'oh... e no Iraque, e em todos os lugares como esses. Eu acredito que eles deveriam... nossa educação aqui nos estados unidos, deveria ajudar o Estados Unidos... D'oh... ou melhor deveria ajudar a África do Sul, e deveria ajudar o Iraque (Ding Dong) e os países asiáticos... e assim poderíamos construir nosso futuro..."

Apresentador: "Muito Obrigado Miss Carolina do Sul"

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