"O perigo do magnicídio é permanente. Quem diz isso é um que já sobreviveu a uns 100 planos (...) Se cuide Evo! temos o mesmo adversário."
Fidel Castro aconselhando Evo Morales, então eleito presidente da Bolívia em visita a Cuba - 2005.
Ouví falar...
Isso porque está correndo um boato ainda não confirmado pela boca de alguns maliciosos que poderá sim ter um golpe de estado na Bolívia, destituindo o atual presidente, Juan Evo Morales Ayma.
E quem está financiando para o tal fato são as multinacionais petrolíferas (entre elas, a Petrobras) para que o vice-presidente, Álvaro García Linera, assumisse o cargo no lugar de Morales, renovando as negocições e acordos que a muito tempo foram conturbadas desde a nacionalização de empresas multinacionais pelo governo boliviano.
Este acontecimento (se for verdade) já era esperado. O "Índio Cocalero" está fazendo barulho demais por um governo controvérso, chegando as vezes até ser unilateral com seus próprios parlamentares e coçando a cabeça de outros governos sulamericanos, principalmente o Brasil.
Na verdade, até mesmo depois da crise com o governo de La Paz por causa do gas, nós brasileiro ficamos mesmo sem saber o que estava realmente acontecendo. Antes apoiados pelo presidente Lula, as chamadas 'novas caracteristicas de governo para a América Latina', onde os destaques são ex-lideres sindicais ou socialistas, estão mostrando ao mundo aquilo que tentam dizer mas não conseguiram ser - revolucionários - e sim, Populistas.
É ou não é? Eis a questão.
Muitos brasileiros até se conformaram com o fato de que Evo poderia estar certo tomando a Petrobras de assalto em nome da nacionalização dos recursos naturais: muitos de nós lembravamos o fato ocorrido com a pós-descoberta de petróleo em solo brasileiro, quando as multinacionais estavam prontamente dispostas a explorar e vender ao mundo o minério com baixos preços de mercado na exportação. Este acontecimento ficou conhecido como "O Petróleo é Nosso", quando revoltou nacionalistas que não queriam deixar nosso recursos em mão estrangeiras. Tornando pra nós todo poço de petróleo descoberto como unicamente brasileiro, regência única apenas pelo governo e para a estatal que a explorar, criando a Petrobras.
Mas nunca no Brasil foram investidos tantos bilhões de dolares como foi investido pela Petrobras na Bolívia, e desses Bilhões, boa parte do dinheiro é fruto de puro lucro na venda de gazolina para seu automóvel, ações nos pregões da Bovespa e Down Jones, dinheiro também que vem do BNDES e Governo Federal no planejamento e construção do gasoduto Bolívia-Brasil, entre outros.
Trocando em miúdos, este dinheiro investido é nosso, e era para ser usado por nós mesmos.
O pior mesmo ficou para o brasileiro que não pode reclamar de nada tomado.
Antes de ser eleito, Evo Morales havia premeditado ao seu povo "devolvendo ao boliviano o que é dele, tomado por 5 séculos pelo domínio estrangeiro".
E coube aos negociadores da petrolífera brasileira amenizar o impacto do prejuízo com o ressarcimento do dinheiro investido nas refinarias e garantir um preço amigavel do gás a nós consumidores.
(-Não seria um seqüestro premeditado?
-"Sim, o gáz não é brasileiro, mas o dinheiro investido é nosso e queremos de volta!")
Você tem história, Bolivia!
Sequestro de empresas internacionais não é um fato novo na Bolivia.
A famosa Guerra do Pacífico foi motivado por situações assim: o governo boliviano subiu os impostos para as empresas internacionais na região super árida e marítima de Antofagasta. principalmente empresas chilenas financiadas por Britânicas, que descompriram tais medidas, foram tomadas de assalto pelos bolivianos (como houve na Petrobras) para serem leiloadas em 1878. Os chilenos tinham o controle da extração de recursos neste território, e invadiram para assegurar a situação a mercê de seus interesses.
E nada pode fazer a Bolívia senão, em 1879, declarar guerra contra o Chile!
Despreparado militarmente, e mesmo com a ajuda do Perú na guerra, em 1884 a Bolivia perde seu território maritimo para o Chile. (hoje, território do extremo norte chileno),
(fonte Wikipédia)
Aproveitadores...
Hugo Chávez, presidente venezuelano que sempre apoiou Morales antes mesmo deste ser eleito, foi talvez a única personagem no cenário politico que mais teve "lucros" com as inconstâncias do "Presidente Índio", muitos especialistas acreditam que o apoio de Chavez a Morales foi acima de ser um jogo sujo, uma jogada de marketing, com as portas abertas as necessidades do mercado brasileiro, veio logo negociar gas venezuelano.
(é mole?)
Impossível!
Comprar gas venezuelano negociando diretamente com Hugo poderia até ser lucrativo, mas prejuizo estaria mesmo nas obras. depois que o governo brasileiro aprendeu a tomar "cuidado em fazer contratos com outros governos de países ainda instáveis", logicamente, a Petrobras não irá cavar valetas para gasodutos em plena floresta amazônica para apenas chegar em Cuiabá ou Brasília, isso seria loucura.
E nisso, a Bolívia necessita do dinheiro do seu maior comprador, o Brasil.
Não é certo afirmar, mas acreditam que em um dado momento ou outro, a Bolívia terá que seder os problemas que ela mesmo está projetando.
(imagine você: Um cano de gáz desde a Venezuela até a região do Sudeste)
Quer encarar?
Os ânimos estão ficando mais difíceis para o Brasil e Chile com as equivocadas de Evo.
Começamos a compreender as intensões do presidente com suas frases de efeito nacionalista aclamando o povo boliviano a se levantar contra aquilo que foi tomado deles: Identidade Nacional, a Riqueza dos recursos Bolivianos, o território e a saída para o mar.
E os tiros se disparam para todo lado:
- Ferrenho opositor de Bush, se aliando com o "eixo do mal panamericano" (Cuba e Venezuela).
- Evo disse que tais partes de terra não foram vendida ao Brasil (hoje o Estado do Acre) e sim trocado por "dois cavalos velhos frajutos". - me pergunto: O Brasil não valoriza nem as terras que adquire?
- Mensalmente, saem publicações de "resentimentos" contra o governo de Santiago do Chile pela questão de Antofagasta. Tal discusão chegou tão fundo, que numa certa altura os bolivianos fecharam o gasoduto que abastecia o Chile como represária.
Colhendo frutos...
Evo esta sendo acusado na mídia por comprar votos de Senadores para que estes aceitem tais medidas e reformas que presidente está propondo em seu Ministério. Uma dessas medidas, é a mudança na votação na Camara do Deputados, onde o voto deixaria de ser proporcional aos 2/3 do Corum toral para se tornar Universal, ou seja, a maioria do Corum.
O pior é ter que aguentar a onda crescente de separatistas da região mais rica do país contra sua administração, em Santa Cruz de la Sierra (onde ficam as maiores industrias na Bolivia, entre elas a Petrobras) que sempre vinha sofrendo com revoltas populares, se vê mais comumente hoje aglomerações e piquetes.
Moral da história:
Acusar o "Índio Cocalero" de qualquer coisa seria uma arrogância e hipocrisia extrema.
Evo Morales, Luiz Inácio Lula da Silva e (talvez) Húgo Chávez são exemplos concretos de que paises da América do Sul estão tendo (ou querendo ter) modificações profundas na administração social e principalmente em reconhecer que não estamos preparados para ser governados pela "burguesia neo-liberal política" de plantão, que por sua vez, está sempre à vontade das regras do "Novo Mercado" globalizado e afinidades com Washington.
O povo não queria escolher o seu presidente por ele ser 'populista', mas sim, por lhe parecerem antes de tudo um homem popular. (óbvio, por isso agora sabemos reconhecer os engravatados.)
Aqui estamos: Dois sindicalistas, em ex-metalúrgico e um ex-coletor de coca.
Para explicar o governo "populista" Boliviano hoje, é necessário explicar o Brasil:
Foi por esta questão primordial, que partidos sociais liberais brasileiros (PSDB e PFL) não conseguirem um "terceiro mandato" em demonstrar em 8 anos de Fernando Henrique não foi popular; dando pouco suporte social ao povo, sem aumentos de salário, auto índice de desemprego, privatizações massiças a preços baixos e estagnação econômica.
Diferente de Lula conseguiu mudar todo este quadro em alguns meses: desde a segurança de mercado até a administração que vemos hoje.
Até agora, não foi "barganhado" nenhuma estatal para cobrimento de dívidas externas e dado ao povo uma forma de assistencialismo totalmente eficaz (mesmo de jeito camuflado) garantiu o PT como partido singularmente popular, principalmente, na maioria dos votos nas eleições depois da sua maior prova de fogo - a corrupção .
Enfim, o que o Brasileiro realmente estava querendo algo que tivesse a cara dele, e está aí!
Na Bolivia, estava acontecendo o mesmo levante popular contra seus governantes, Morales se elegeu num país conturbado por crises políticas e sociais sucessivas, entre elas, a troca interrupta de presidentes, a revolta popular contra a privatização dos hidrocarbonetos (gas natural) que o povo bolivianos jamais quiz.
A primeira medida de Evo Morales foi baixar seu próprio salário e de seus ministros e reorganizar o país ao destino traçado. (e não é que ele está cumprindo?)
Conseguiu perdão das dívidas com o México. Viajou pelos paises fazendo 'amizade' fortes com líderes políticos mundiais, reconhecimento e respeito. (coisas que até antes dele, a Bolivia não tinha nem em sonho.)
O que conta em sua administração é a enfática nacionalista para o povo.
Nacionalizando os recursos e expulsando estrangeiros perto de zonas fronteiriças é no ponto de vista social de qualquer nacionalista independente do país que ele resida, Evo está certo na manutenção da soberania nacional, porém, seu maior erro foi a falta de negociação para tais mudanças bruscas. (algo não bem visto pelo mercado finaciador)
E aqui aparecem as reações contrárias a Evo Morales quanto as suas atitudes, principalmente da mídia sulatina influente, empresários, pensadores néo-liberais políticos e radicais direitistas, tanto dentro como fora do pais.
Morales não está fazendo uma administração horrível como diz a grande mídia, este governo apesar de populista sim, fazendo muita fumaça sem mostrar o fogo, assustando toda classe influente no Brasil e no Mundo.
Sem cuidados necessarios em levantar a bandeira socialista dos povos indíginas andinas, é provavel que em questão de tempo, a influência contrária poderá subir mais ainda entre os caudilhos bolivianos, o barulho incomoda quando há muito em jogo, o interesse de quem ganha e está ganhando, dividindo dentro de uma mesma classe opniões que caem na mídia como mais um louco no poder.
escutando podcasts...